ESPUMAS FLUCTUANTES
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Teu cavallo nitrindo na savana
Lambe as húmidas grammas em meus dedos.
Quando a fanfarra, tocas na montanha,
A matilha dos echos to acompanha
Ladrando pela ponta dos penedos.

Onde vãos, beilo moço? Se partires.
Quem será teu amigo, irmão e pagem!
E quando a negra insomnia te devora,
Quem na guitarra que suspira e chora.
Ha de cautar-te seu amor selvagem?

A choça do desterro ó núa e fria!
O caminho do exilio é só de abrolhos!
Que familia melhor que meus desvelos?..,
Que tenda mais subtil que meus cabellos
Estrellados no pranto de teus olhos?...

Estranho moço! Eu vejo em tua fronte
Esta amargura atroz que não tem cura.
Acaso fulge ao sol de outros paizes,
Por entre as balsas de cheirosos lyzes,
A esposa que tua alma assim procura?

Talvez tenhas além servos e amantes,
Um palácio em logar de uma choupana.
E aqui só tens uma guitarra e ura beijo,
E o iogo ardente do ideal desejo
Nos seios virgens da infeliz serrana!..»