ESPUMAS FLUCTUANTES
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Kntram pela janella quasi aberta

Da meia noite os preguiçosos ventos,

E a lua beija o seio alviniteate

— Flor que abrira das noites aos relentos.

O poeta trabalha!... A fronte pallida
Guarda talvez fatídica tristeza...
Que importa? A inspiração lhe accende o verso,
Tendo por musa — o amor e a natureza!

E como o cactus desabrocha a medo
Das noites tropicaes na mansa calma,
A estrophe entreabre a pétala mimosa
Perfumada da essência de sua alma.

No emtanto Ella desperta... n um sorriso
Ensaia um beijo que perfuma a briza...
A Casta Diva apaga-se nos montes...
Luar de amor! acorda-te, Adalgiza!

Hoje a casinha já não abre á tarde
Sobre a estrada as alegres persianas.
Os ninhos desabaram... no abandono
Murcharam-se as grinaldas de lianas.