254
ESPUMAS FLUCTUANTES


De Veneza, a lasciva — á laniruida Stambul!
E quando o Lara — inglez expira, o Pagem louro
É ella!... E falia... e aponta o firmamento d′ouro.
Guinar lembra a Conrado o seu paiz d′azul!...

Quando a Polónia casta — essa Lucrécia nova,
Para fugir a um leito, arroja-se a uma cova...
E mata-se de nojo... aos beijos ae um czar...
Uma actriz funeral surge no negro palco,
Tira á chaga o punhal... descobre o catafalco...
E deixa sobre a Europa... o ferro gottejar...

— Amazona sombria — Ella arrebata o Goõthe

Na garupa a fumar do tártaro ginete,

Pela noite hibernal aos séculos ao sabbat!...

Anjo ás vezes, no céo fatidico revoa,

A buzina de cobre os longos ares troa...

Ergue-se a meio o chão do escuro Josaphat!...

Salve, deusa incruenta! immensa divindade!
Barqueira desse mar chamado — a Eternidade —
Que ás margens do Cocyto embarcas os heróes...
Em prol da humanidade a Deus levas o grito...
Tens os joelhos — na terra! a boca no infinito!
A meia lua — aos pés! na cabelleira — os soes...

Quando Ella se alteou das brumas da Allemanha,
Alva, grande, ideal, lavada em luz estranha,

I