intensamente negros até ao tenebroso requinte da
côr negra, até aos profundos tons exagerados,
até a uma nova e inédita interpretação visual da
côr negra.
E os meus sentidos sentiam, por attração irresistivel, os attritos, os contactos da tua pelle embalsamada de ambrosia, quentemente impressionante; corria pelos meus nervos uma volupia doce e mórna, que no entanto me fazia estremecer e tiritar de inexplicavel gozo, como por calafrio de immenso mêdo...
Mas, ah! que tentadôra belleza, abençoada ou maldita, éras, então, tu, Zulma, que assim me deixavas extatico, dominado, vencido, sem quasi acção no pensamento e só acção e chamma e febre e transfiguração no gozo? Onde éra o teu Céo, onde éra o teu Mar, onde éra a tua Terra ou o teu Inferno — deusa dos Astros, deusa das Ondas, deusa dos Bosques, deusa infernal?!
Onde éra?! Não sei! Só o que sei é que a fascinação produzida pela tua bocca accesa em lavas de desejo, pelo negrôr de cháos bíblico dos teus olhos, pela cisterna farta de leite dos seios verdemente virgens e pulchros, pela crystalisação de todas as tuas fórmas, fez florescer em mim a Vinha exuberante e ardente da Paixão, cujos fructos, afinal, me embriagaram de tal modo, tão