127


-"IR..


Outr′ora toda a sua bondade espiritualisavase, subia á serenidade dos Astros, quando, pelas manhãs d′ ouro e linho virgem, frescas de sol, eu a via, junto ao mar melancólico, gosando a saudade das vagas.

Por alli, perto das vagas, erguia-se um muro austero e alto, d′onde bucolicamente pendiam immensas e exhuberantes latadas, verdes tentaculos de folhagem estrellados de rosas jaldes, de rosas brancas e de rosas rubras. Atravez de um gradil aberto viam-selouçanias de jardins, preciosidades de plantas, uma alegria pinturesca de vergéis e um repouso secreto e claro de Recolhimento, quebrado em dadas horas pelo quente esplendor bizarro de risadas.

Era uma pagina de communicativa emoção, de emoção sempre crescente, sentir, no ouro e na prata fluido-vagante das manhãs, o pequenino perfil da Lúcia, vago e triste, tão humanisado naquelles momentos, tão existep.te, tão ser, tão vivo na irradiação alegre, clarinal do dia, olhando ao mesmo tempo, com igual enternecimento, o mar e os jardins próximos ruidosos em certas horas.

O peito desopprimia-se, respirava ao largo amplos e sadios haustos de mar diante dessa velhinha meiga, tão infinitamente sensível, tocada