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— Sim, sou alegre, como Deus, intediado invejando o Inferno; sou triste, como o Diabo, arrependido e sonhando, querendo voltar para o Céo!

Sinto esta tristeza impaciente do Irreparável, do Irremediável do Perdido... E, a febre que me devcM′a, a vertigem que me alvoroça, é por não poder fundir as almas sob novas formas, d.ar-llics intuições novas, entendimentos inauditos, encarnar-lhes o sentimento n′outros moldes mais bellos, fazel-as, emfim, mais íléxiveis, mais dúcteis, tornal-as mais espirituaes e vibráteis para as grandes commoções do Imprevisto.

A paixão da minha tristeza é por não poder fecundar de novo essas almas, não lhes poder dar as malleabilidades sensíveis, inocular-lhes o fluido estranho de uma vida aperfeiçoada, quintescenciada n\ima chamma eterna.

A doença espiritual da minha tristeza é por não poder impolluir, virginar jamais as consciências já violadas; por não poder fazer brotar n′ellas a flor melindrosa e boa da timidez simples, que o peccado brutal das luxurias imponderadas e das intemperanças ferozes fez para sempre murchar.

A nevrose da minha tisteza é por não me ser dada a graça magna, o dom soberano e assignalado