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de vasar, nos cadinhos de ouro da fecundação perpetua, só seivas prodigiosas, inéditamente bellas, só germens sãos e perfeitos, só sementes preciosas e raras, para que, talvez, assim então se gerassem as F(5rmas impeccaveis, as Correcções extremas, as Perfectibilidades impereciveis.

Para os que, como tu, se fundam nos my-sterios da sua própria natureza; para os que surgem das obscuras géneses, no movimento de expontaneidade das Origens vivas, das affirmações eloquentes e cujo espirito vae, no tempo e no espaço, se organisando por céllulas, fecundando por sonhos, completando por vibrações de nervos, por gérmens de paixão, por glóbulos de Vida, aguardando, calmos e resolutos, sentindo a intuição de esperar o instante original para irromper da Bcmbra, — para esses, deve significativamente impressionar toda a fundamental tristeza destas Manifestações supremas.

O certo é que a humanidade erra pelo phantastico-, que a natureza está toda sobrecarregada de phantastico. E nem mesmo ha homem què não tenha o seu lado extravagantemente ideal, phantasioso; que não percôrra, nas vagas horas da Desolação, as galerias sinistras dos phantasmas ou que não vá em busca do Sonho, que existe na Realidade, como os phenomenos physicos existem