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Depois, quiiuda a vi completamente morta nos meus braços, como soííri, quantos padecimentos horríveis, que choro perdido e convulso me suííocou a garganta, que delírio me accommetten!


Ah! foram estas mãos magras, esqueléticas, estes dedos ressequidos que lhe collocáram, trémulos de commoção, dolorosamente ínternecidos, a grinalda e o véo de noiva de que ella foi vestida. Foram estas mãos cadavéricas que ornaram aquella cabeça loura, linda; que ageitaram com delicadeza entre aquelles admiráveis cabellos os níveos botões das flores de larangeira; que collocáram entre aquellas mãos gentis e enregeladas o ramo branco symbolico, o crucifixo de marfim e o pequeno missal azul de fechos de prata.

Depois, depois, já deitada no caixão, n′um somno sereno de Cherubim, quando uns homens vestidos de negro, indiferentes, de certo, estranhos á minha dor, vieram arrancal-a, arrebatal-a <le junto a mim, estremeci tanto, tantos abalos me atravessaram, tantos e tamanhos horrores, tal luz allucinante me cegou os olhos, que eu pensei enlouquecer de tormentos, cahida de bruços, soluçando, chorando, gemendo sobr« o caixão medonhamente fechado que para sempre a levava...