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peste, pelo rosto, como langue lesma negra, viscosa e envenenada lagarta de paues apodrecidos, nódoa que até lhe amortalhava os olhos, que o tornava irremediavelmente cego. E por todo elle era s6 aquella nódoa, aquella nódoa, aquella flagelladôra nódoa a crescer implacavelmente. Nódoa que mesmo lhe suffocava a gargante para os gemidos e para os gritos, lhe tirava o olfacto, lhe roubava os movimentos, o paralysava e gelava todo e o arremessava agora alli, mudo, para um canto, como uma cousa inútil, n′uma semiidiotismo exquisito, n′uma lividez mortal, rangendo os dentes e olhando o vácuo, pasmosamente olhando o vácuo...

E, assim encolhido, atirado a um canto, as feições já invadidas de súbita e precoce senilidade, dentes rigidamente cerrados, olhos muito abertos vidrados do espanto, do terror singular concentrado no fundo devastado das orbitas, Maurício foi encontrado morto, devorado pela sensacional obsessão delyrante d′aquella estranha nódoa que, no entanto sem que elle soubesse ou pudesse determinar nitidamente no cérebro allucinado, era a profunda, a incoercível, i? grande nódoa negra symbolica da sua própria vida.