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Bello idiota, triste idiota, soturnisado idiota, este, em verdade, atado de pés e mãos ao cepo da sua própria existência, como anfractuoso e feroz orango preso em jaula de ferro!
De que rumos obscuros e tortuosos viera elle, gyrando no centro infernal das agonias desconhecidas; espécie dessas almas soluçantes na Dor e das quaes a ÍSTatureza, por duras e rudes experiências, faz os eternos mármores e bronzes resistentes onde afia desassombrada e confiantemente as suas espadas e as suas lanças!
Quem sabe se alli não dormiria, nesse ser hediondo, a fina intuição archangélica de um missionário celeste, para sempre irremediavelmente perdido no fundo dos grandes tédios e das grandes saudades?!
Uma vez que ermo e hirsuto como um dromedário somnolento errava pelas ruas escuras de certa cidade sombria, o pobre idiota foi corrido por apupos, pela chacota irreverente e apedrejada e penetrou, acolhendo-se, — massa mórbida, riso amollentado, apparencia monstruosa de hydrocephalo — a larga porta aberta de um templo illuminado.
Diante da multidão que murmurinhava dentro elle estacou deslumbrado, como se de repente
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