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V.
de vibração; nâo sei que mus a dolente de melancolia, nem que amargurantes tristezas patheticas de saudade me invadiam em certa hora, que distinctamente, nitidamente vi! — vi e senti que estava perto de mim aquella Sombra santa e amada que eu perdera um dia no Léthes do esquecimento que a Morte cava...
Não éra allucinação nem pezadello — não éra allucinação: eu estava sentindo diante de mim, como se surgisse do cháos da Existência, aquella Sombra muda, mas viva, que caminhava para mim resolutamente, na affirmação vital do Ser.
Percorria-me um frio álgido o corpo todo, um frio de pavor, pavor de vel-a, medo de olhal-a assim, n′aquella imprevista resurreição.
Ah! eu a amara muito, rauito, com a eloquência profunda de um sentimento que não éra talvez bem amor, mas sagração, adoração, fé religiosa, veneração e compaixão. Um sentimento que subia como inceusos da minh′alma, que se exhalavam ante a sua Imagem, como n′um altar sagrado. Sentimento épico, quasi clássico, como por mármores augustos, por antigos templos christãos. Um sentimento de carinhosa piedade patriarchal pelos seus sacrifícios, pela sua abnegação, pelos seus affectos extremos e dedicações sem limites, pela sua li aneza estóica,
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