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errava foragido, a alma jungida aos remorsos, fugindo á condemnação dos homens, levantavam se, tremendas e tumultuosas, grandes arvores seculares, sombras e espectros verdes ramal hando as largas c<5pas agitadas de sonhos.

Éram florestas immensas, desconhecidas e immensas, por onde nunca o olhar humano vagara, inaccessiveis a outros seres, mas onde Araldo sonhou, ancioso, achar de repente um abrigo eterno, profundo, que ninguém poderia devassar jamais!

E tinham sumptuosidades e orchestrações de órgãos monstruosos de cathedraes festivas, gemendo e murmurando, plangendo, suspirando graves litanias, cânticos acclamatórios de grande uncção chorai magnificente, suprema.

Troncos senis e formidandos, como Prometheus petrificados, expunham as suas corpulencias primitivas, lembrando aspirações antigas, velhos desejos fatigados que alli houvessem para sempre tomado a compostura indifferente das múmias.

Quem teria guiado Araldo por esses Ínvios caminhos? Quem lhe teria. Desespero, Tédio ou Saudade, ensinado o abrigo, a solidão, o obscuro repouso dessas florestas in violadas?!