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da carne, sem os delírios da materia — inteiramente livre de todos os grilhões do organismo humano. Vida desmollecularisada nas espheras, plainando no absoluto — luz de harmonia, harmonia de luz evaporada, diluida na grande luz astral, subindo camadas, camadas, mais camadas de luz, mais camadas de harmonia, quintescenciadamente subindo sempre, subindo, impessoalisando-se e sideralisando-se através dos corpos em gestação, nas partículas minimas, infinitesimaes do Ser, no branco infinito do Sonho...

E aquella extrema caricia, sempre a inocular-lhe nas veias um frio e divino vinho voluptuoso de graça langue, de graça morbida, de graça somnambula. Sempre aquella caricia adormentadora, miraculosamente adormentadora.

Sempre aquelle opio fascinante que o som- nolentava, pouco a pouco mais intenso, mais profundo... E nevoas, nevoas de uma deliciosa e pacificadora noite aveludada, sem uma só estrella! o iam envolvendo de forma capciosa e lenta. Aos poucos se extinguia, num final de crepusculo, a vida chammejativa e original de seus olhos, a anciã derradeira, o alento ultimo de sua boca já apagada, já muda. No cerebro ia-se-lhe vagamente distendendo, tentaculorisando a sensação secreta de um negro sinistro silencio...