86


86

nma noite polar, resurgida, lavada do cliâos, clara, immacuiada de som.

Quero a tua voz, ágil, dúctil, aflante como azas e como azas abrindo e fechando em tépidos e alvoroçados véos...

Accorda! falia! falia! No teu somno pairam neblinas glaciaes, as primeiras névoas do esquecimento. .. As auréolas mysticas, os nimbos scintillantes do Sonho, as miragens e os iris, circulam a tua bella e inia<2;inativa cabeça: e hordas invisiveis de resplandescentes archanjos, vibrando citharas, alaúdes, harpas e violinos, n′unia ineffavel surdina, guardam, velam de rhythmos vaporosos o teu somno seraphico...

Eu não sei (pae sentimentos estão agora em curiosa génese dentro de mim, que na minhi allucinação e superexcitação nervosa apalpo ancioso o vácuo, ({ue o somno em que mergulhas encheu de segredos cabalísticos, e procuro, pi-ocuro em vão as formas, as formas, as fugitivas formas intangíveis, extremas, ondeantes, subtis, as formas de perfume, as formas de hiz e as formas de som da tua voz, cpie o emoliente somno levou não sei para que necropoles vasias, não sei para que geladas steppes de egoisticas e mortaes indiíferenças.

Vêr-te assim, dormindo, esmaiada, branca e languida, n′esse abandono de delíquio, n′um