Terás todo o direito de lembral-o ;
Tal decisão não a tomei de leve.
Como vivo sou escravo, que m'importa
Sel-o teu ou de outrem?
Hoje mesmo
Ao jantar do Doutor farei serviço.
Uma cousa — por quanto ha t'o peço,
Dá-me duas regrinhas assignadas.
Escriptura tambem queres, pedante,
A fé de homem honrado não conheces ?
Não é bastante que a palavra dada
Para sempre me ligue em toda a vida?
Emquanto o mundo arrastam mil torrentes
Terão promessas força de prender-me?!
Mas é esta a illusão que temos n'alma,
Quem ousará jamais soltar-se d'ella?
Ditoso o que no peito traz verdade,
Não lhe hão de pesar os sacrifícios!
Pergaminho porém sellado e escripto,
É phantasma que atterra os mais affoutos.
Já na penna a palavra morre, a cera
E o couro curtido então dominam.