mais voraz pela União, pelos Estados e pelos Municípios, não faz menos pela atrofia do nosso organismo nacional do que o fez a escravidão negra, á qual sucedeu, com vantagem na pertinacia e na estupidez. A furia do protecionismo, o tributamento da exportação e a inconstitucionalidade cronica dos impostos interestaduais são tres suicidios sistematizados, a que o Brasil se entrega impenitente e consolado como os maníacos do alcool, do opio ou da cocaina.

Bem haja, pois, o movimento que se var desenvolvendo entre nós, para a adoção do imposto territorial... Nele estaria a salvação. Seria a mais tranquila e a mais benefica de todas as revoluções”.

Que maravilha o genio!

Em menos de cem palavras, Rui Barbosa diz, numa sintese perfeita, o que tentaram dizer, em centenas de artigos e livros, os estudiosos anteriores.

Mas de que valeu? De que valeu que já em 1917, ha trinta anos de hoje, o nosso genio maximo houvesse dado a publico a sua sintese de genio? Apesar das suas palavras, o nosso “empirismo tributario” continua; até hoje a tributação no Brasil não foi estudada á luz da ciencia.

A “sangria espoliativa” continua, porque o nosso regime fiscal não arrecada apenas o dinheiro do contribuinte; arrecada-lhe sangue — o sangue in-

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