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vem de fagus, faia, e antro de antrum, ou por melhor dizer, não poderia descobrir nem a origem nem o sentido da palavra.

A mesma regra e observações se applicão á substituição de letras gregas por dois caracteres latinos ou portuguezes. Estas são o Θ theta por th, o Χ por ch, o Ψ por ps ; v. g. : pathos, pathetico, thoro ; Acheronte, archanjo, archivo, archonte, chorea, monarchia ; psalmo, psalterio, pseudo, apside, e mudado ps em bs, em muitas palavras. Outro tanto se applica ao y grego, que substituido por i, induz em grave erro ; v. g. : oligarchia, significa o governo de poucos (de oligos, pouco, e árché ou garché, supprindo o g a aspiração, que significa autoridade, etc.) ; e em Olympo, olympiada, etc., que escriptos por i parecem vir de olim, antigamente, e não de ὅλος, que significa todo, inteiro.

Embora digão que ch pronunciando-se nas palavras puramente portuguezas como x em xadrez, não deve usar-se para o som grego do Χ. Para evitar este inconveniente real querem que seja supprida esta letra por qu, e escrevem arquivo, arquitectura, monarquia, e por c antes de a, o, u ; v. g. caro, arcanjo, côro, coréa, corda, etc. Em quanto á segunda substituição, admitto-a porque evita equivocar v. g. choro de chorar, com choro de musica ; mas a primeira não he admissivel, porque, 1º ainda que se pronuncie mal o ch, não causa equivoco ; 2º porque nenhuma regra temos em portuguez para indicar quando soa ou não o u de qu. Por exemplo soa em adquirir, acquisição, inquirir,