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anzol, azemel, azimuth, azo, etc., quando suppre x, v. g. em izento, e nas terminações diminutivas em zinho, a, etc. Em todas as que no latim se escrevem com s, he improprio substituir-lhe z. Razão, sezão, cinza e outras semelhantes tiradas do castelhano, se escrevem por z conforme a esta origem.

O x tem em portuguez mui diversos valores ; ora soa cs, como em convexo, nexo ; ora ch (como em chover), em eixo, deixar ; ora z em exemplo, exercito, exercer, exacto, exactidão ; ora iz, como em muitas das mesmas palavras em que soa z ; v. g. exercito, exemplo, executar, que ora se pronuncião, ezercito, ezemplo, ezecutar, ora eizercito, eizemplo, eizecutar. Por ventura deveremos substituir ao x estes tres equivalentes? Nada seria mais desacertado ; 1º porque estas maneiras de pronunciar são variaveis, e são todas modificações das duas unicas verdadeiras pronuncias do x ; 2º porque, se assim mudarmos a orthographia segundo as continuas variações da pronuncia, muitas das quaes são defeituosas, cedo teremos que mudar todos os valores alphabeticos. Mais vale dar regras para as diversas pronuncias do x, e he preferivel não supprimir esta letra radical, v. g. em excepto (pronunciado eisceto), em exotico (pron. ezotico ou eizotico), convertendo-a em z, ou em iz. O x portuguez representa o x latino e o Ξ grego, e em todas as vozes de outra origem pode mudar-se em ch ; v. g. chiar, chadrez, cha, charão. Se escrevemos eixo com x, he para conservar a etymologia ; mas escrevemos axe (axis). Vulgarmente, e na conversação pro-