pelos bailes, as serenatas pelos presentes, parece que o fundo é o mesmo.

Escutava Leonor a matrona somente com o ouvido esquerdo, porque o direito o tinha ela alerta ao menor rumor de fora. De repente a conchinha cor-de-rosa, meio oculta pelas madeixas castanhas, ardeu com súbito rubor. O som da pata de um cavalo batera ao longe o chão duro e seco da rua.

— Ai, querida tia, me conte do torneio. Então D. Jorge de Albuquerque... é o donatário, o filho de D. Brites, o que pelejou na Índia, não é, tia?... Mas então ele atirou a luva por minha tataravó!... Não é? Como havia de ficar a dama toda cheia de si!... As cores... Quais tinha D. Jorge?... Eram negras as armas, sem dúvida? E o mote?...

Tais perguntinhas caíram sobre a matrona como um enxame de abelhas, e a atordoaram um instante; recobrando logo seu ar solene e cheio de dignidade, começou D. Severa a narração pitoresca das cenas do torneio, em que fora sua bisavó proclamada o bogarim de Olinda.

Entretanto se aproximara o tropel, que cessou de repente por baixo da janela. Se D. Severa estivesse menos preocupada com as reminiscências cavalheirescas da família, não