A esse tempo por urna fresta da gelosia do meio, a Sr.a Rufina, que empurrara o marido pela porta, espreitava de dentro.

— Não sabe o que acontece? perguntou o governador.

— Sabelei, meu senhol, se a bondade de V. Ex.a concedel-me essa glaça.

— Capitão! disse o governador com os olhos no secretário.

Este, compreendendo a intenção, tomou a palavra:

— Agora mesmo, ao passar, vimos um galopim que trepou no telhado de sua casa e entrou pela janela do sótão.

Ouviu-se o estrépido da gelosia que batera, e logo uma voz correndo para o interior:

— Virgem Santíssima! No quarto de Marta! Acudam, gentes!... Quanto ao Sr. Simão Ribas, ficara estatelado com o caso; mas afinal, pondo as mãos na cabeça, exclamou em tom patético:

— Um sicálio, aflontando a minha autolidade! Que atlevimento!...

Voltando-se depois a custo, porque as pernas lhe fugiam, disse para a casa:

— A minha vala, Senhola Lufina!

Entretanto Nuno e Marta espiavam pelas frestas bem conchegados pelo susto e também