que de parte a parte se trocaram os dois antes de chegarem finalmente à fala.
— Está bom, sô moço, acabe com isso que eu tenho que fazer.
— Então, Benvinda...
A língua do poeta tremia como folha de bananeira.
— Então, você falou?...
— Pois então! Não falara!...
— E ela que disse?
— Que sim.
Aqui teve o Lisardo um soluço que de todo embargou-lhe a voz. Só a muito custo recobrou a fala, não a natural, mas uma sumida e fanhosa, que era pena ouvir.
— Deveras, Benvinda? Ela disse que sim? ...
— Disse, sô Lisardinho.
— Como foi que você falou? Onde estava ela?
— Meio-dia, quando ela veio no quintal apanhar goiaba, eu cheguei devagarinho e perguntei assim: "A menina Belinhas sabe?... Sô Lisardo, aquele moço que lhe manda os versos, tem um segredinho para dizer à menina."
— E que fez ela então, Benvinda? Conte-me tudo, tintim por tintim.
Deu uma risadinha gostosa e ficou vermelha