É achaque este de todos os tempos, que são os amigos quem primeiro e com maior empenho se incumbem de dar voga aos aleives e epigramas dos contrários. Assim, não trazia o Cosme Borralho, de Olinda, nenhum desaforo contra este ou aquele dos mascates, para o insinuar à esconsa no ouvido de alguns dos seus fregueses, que à noite não tivesse corrido todo o Recife.

Interviera no diálogo o Zacarias de Brito:

— Pois para mim, o Capitão Barbosa de Lima é homem de muito conceito que vale o seu peso, e não só para mim como para todo o Recite.

— Ninguém diz o contrário, observou o Campelo, ressalvando em tempo o destempero da língua.

— Por certo. Quem o nega? acudiu o Miguel Correia.

— Esses mexericos que por aí andam, donde vêm senão da raiva que têm os de Olinda de o haver perdido, sem contar a inveja de outros que não podem sofrer as suas boas partes?

Este Senhor Zacarias de Brito, seja aqui dito entre parênteses, queria ser contratador do sal, boa fatia que esperava arranjar.

Não havia naquele tempo a maquia dos agenciamentos de voluntários e privilégios lucrativos, com que os ajudantes de um governador-filósofo recompensassem os obséquios do amigo, as carícias de