de Castro, quando este governara o Rio de Janeiro, bem que não se demorara no cargo, pois ele, como de D. João de Castro disse Jacinto Freire, "podiam sofrê-lo como vassalo, mas não como criado".

Do pouco tempo de serviço lhe ficara larga experiência do natural de Sebastião de Castro, de quem algumas vezes costumava dizer: "que era varão insigne, porém no posto a que o subira a fortuna, andava desencontrado, desgovernando tudo pela ânsia de muito governar".

Ligava Rebelo ao letrado uma afeição que nascera da conformidade no temperamento de suas almas. Estando à noite com o amigo, referiu-lhe o alferes o ocorrido, mostrando-se rendido à galhardia de Sebastião de Castro.

Sorriu-se Enéia, citando um verso de Sírus:

— Nisi qui sit facere, insidias nescit metuere.

— Que queres dizer com isto? tornou Vital.

— Que vês a imagem alheia no espelho de tua alma; mas eu, que a vejo à luz da experiência, descubro sombras que te escapam.

— E quais são elas, não me dirás?

— O elogio é um meio muito usado, mas sempre novo, de render a vaidade; e neste caso tem outra serventia, qual é convencer-te da gentileza de quem os faz. Se até agora nutrias uma prevenção contra Sebastião de Castro, de hoje avante vai ele