tado os esforços dos inquisidores castelhanos e do seu agente, o fanatico rei de Aragão[1].
Estas negociações e o seu nenhum resultado estão indicando que os ímpetos da intolerancia tinham affrouxado na corte de Portugal. Não assim entre o povo, excitado pelo fanatismo monastico e pelos antigos odios. O incendio ardia debaixo das cinzas: o menor incidente bastaria para alevantar as chammas; e este incidente não tardou a apparecer.
Era na primavera de 1506. A irregularidade das estações nos dous annos antecedentes, irregularidade que se protrahiu até o anno seguinte, deu em resultado a fome. Ainda naquella epocha a falta de subsistencias trazia, em regra, por companheiro um flagello, então trivial, não só por esta, mas tambem por outras causas. Era a peste. Já no outomno de 1505 se manifestavam em Lisboa os symptomas do terrivel mal. A corte, fugindo ao perigo á medida que elle se aproximava, passara successivamente para Almeirim, Santarem e Abrantes. D'alli elrei, atravessanda o Tejo,
- ↑ Carta de Fernando v a D. Manuel (12 de julho de 1504) acompanhando o transumpto da bulla Pessimum genus de Innocencio viii, G. 2, M. 1, Nº 32 e 33, no Arch. Nac.