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soltado na véspera, como quem solta um passarinho. Coisa mesmo da Emília. Um personagem malfeito, de cabeça muito pequena e pés muito grandes e chatos, desproporcionadíssimo. E como ainda não soubesse ou não pudesse andar direito com aqueles horríveis pés espalhados, fez grandes estragos na festa: pisou nas caudas dos vestidos das princesas e acabou esmagando um dos sapatinhos de vidro da Gata Borralheira.
A pobre princesa deu um grito lancinante:
— Meu sapatinho!...
Esse grito fez que o pânico esmorecesse. O tumulto cessou. Um dos muitos príncipes encantados ali presentes correu a acudi-la.
— Que foi? Que foi, princesa?
E ela, aflitíssima, torcendo as mãos:
— O meu sapatinho de cristal! Veja a que ficou reduzido — a cacos ...
— Quem o moeu assim? — indagou o príncipe, já com a mão na espada.