– Ah! senhor padre! senhor padre! – pensou consigo Eduardo, – se Vossa Reverendíssima lhe examinasse mais a alma do que o corpo, se a ouvisse de confissão em vez de tomar-lhe o pulso, acharia em outra parte a origem da moléstia.
Enquanto Joaquim Ribeiro e o padre conversavam, Eduardo, que assustado com a gravidade e os progressos do mal de Paulina não queria perder tempo, nem adiar para mais tarde a solução do problema de seu destino, chamou de parte Roberto e o convidou para uma conversa particular, decidido a dizer-lhe tudo com a mais rude franqueza. Desceram ambos a escada e dirigiram-se para um canto do curral.
– Senhor Roberto, – começou Eduardo com tom sério e comovido, – sei que o que tenho a dizer-lhe de maneira nenhuma lhe pode ser agradável; vou dar em seu coração um golpe bem cruel; mas tenha paciência; assim é preciso.
– Um golpe!... em meu coração! que quer dizer isto?!... o senhor está caçoando, senhor Eduardo.
– Nunca falei tão sério. Tenha paciência, já lhe pedi... aliás perco o meu tempo. Se fosse só por meu respeito, nunca daria este passo, e hoje mesmo me sumiria para sempre desta casa; mas é por amor daquela