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que ambos eles andam bem desviados, ou consolando a pobre menina, e prestando-lhe, – caso precise, o que Deus não há de permitir, – os socorros do meu minis­tério. Se o senhor me permite mesmo não sairei de sua casa, enquanto não vir todo esse negócio acomodado e arranjado do melhor modo que for possível.

– Oh! senhor padre, quanto lhe fico agradecido!... faz-me com isso o maior favor do mundo; eu mesmo já lhe ia pedir. Ajude-me, por quem é, a salvar aquela pobrezinha.

– Esse é o meu dever como médico, como padre, e muito particularmente como amigo. Por agora vamos ao quarto da menina a ver como vai passando.

A febre de Paulina tinha declinado consideravelmente, e tinha-lhe voltado a calma e lucidez do espírito; mas achava-se em estado de debilidade e prostração tal, que parecia estar em delíquio. O médico e o pai fizeram-lhe algumas perguntas, a que respondeu com voz lenta e fraca, porém com muito acor­do e conveniência.

– Está extremamente fraca, – disse o padre, – mas antes isso... é a reação da febre; se não sobrevier algum outro acesso, não há mais perigo... É preciso ir-lhe dando desde já os cordiais, que indiquei, nada de alimentos, e sobretudo muito sossego.