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e nada de tocar em assuntos melindrosos, nada de excitar-lhe emoções...

O bom padre não considerava, que bastava verem-se para alvoroçar-se um pego de emoções no fundo daquelas duas almas tão amantes, e tão desafortunadas.

Eduardo ainda se achava à sombra da gameleira, absorvido em suas amargas reflexões, quando delas foi distraído pelo chamado de Joaquim Ribeiro.

Introduzido no quarto de Paulina, Eduardo foi sentar-se triste e silencioso junto à sua cabeceira.

– Bem aparecido, sr. Eduardo! – disse-lhe ela; – esta­va mesmo com vontade de o ver. Acho-me tão tranqüila!... parece que a paz dos anjos desceu sobre a minha alma...

– Não faz idéia, d. Paulina, do quanto me alegram suas melhoras...

– Mas acho-me tão fraca... tão fraca, que quase não posso mover-me... o que vale é que o senhor me quer bem, e o seu amor me há de dar alento e vida, não é assim?

– Sim, d. Paulina, – exclamou o mancebo tomando-lhe a mão que pendia à beira da cama, como um jasmim debruçado à borda de um vaso de alabastro; – o amor que lhe tenho é muito grande, e se este amor pode restituir-lhe a saúde perdida, a