me causou mágoa... foi ver lá somente o meu primo, que estava a um canto sombrio e pesaroso, e não te ver em parte alguma...
– Mas estás vendo-me agora, minha querida, feliz e contente junto a ti, e isto agora não é um sonho.
– Não é... mas parece... custa-me a crer em tamanha felicidade... que eu nunca esperei. Eu ia morrer de mágoa e pesar... mas agora creio que morro de felicidade... Eduardo!...
Paulina arquejava; suas faces começavam a enrubescer, e seus olhos enchiam-se daquele reflexo brilhante e vago, que costumava acompanhar o delírio.
– Ah! meu Deus! meu Deus! – murmurou consigo Eduardo aterrado e com o coração transido de angústia;– é a febre!... é o delírio que volta!...
– D. Paulina, – disse em voz alta, – deixemos esta conversa para logo... temos tempo de sobejo para isso... temos uma vida inteira de amor e felicidade... por enquanto a senhora precisa de descanso; deite-se e sossegue.. . adeus!... eu vou mandar vir-lhe um cordial, e volto breve.
– Não, não! – disse a moça cada vez com mais exaltação. Não consinto; fica aí, Eduardo. Não quero perder um momento... de tua companhia neste dia tão feliz... o melhor cordial é o nosso amor, não é assim, Eduardo?...