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divina, e tem mais fé nelas do que os próprios minis­tros da religião, cravou sobre a sepultura uma cruz de pau toscamente lavrada; – à sombra desse símbolo santo toda a terra é sagrada.

Joaquim Ribeiro também não consentiu que a filha fosse enterrada no cemitério comum; não queria afastar-se, nem mesmo na morte, daquela que tanto idolatrara na vida. Não podendo guardar aqueles restos queridos em um magní­fico túmulo de mármore, porque naqueles sertões faltava-lhe tudo – o artífice e a matéria – mandou benzer e cercar um pequeno terreno no alto de uma risonha colina que ficava à vista da casa, não muito além do sítio em que dormia o eterno sono o desafortunado Roberto, e ali guardou no seio da terra aquele depósito sagrado. Mandou depois erigir ali uma capelinha singela, mas alva e asseada, que se divisava a grandes distâncias servindo de farol ao viandante por aquelas vastas e descampadas solidões.

Ali o velho e infeliz pai ia rezar todos os dias, até que pouco tempo depois ali foi também repousar ao lado de sua filha.

Contava o povo, que um triste noitibó, que todas as noi­tes fazia seu pouso nos braços da cruz da sepultura de Ro­berto, saía de lá alta noite soltando guinchos lamentosos, e vinha pousar nos muros do cemitério;