– Quando é que hei de deixar de te querer bem?... Jupira, por quem és não me fales assim.
– Como não hei de falar?... torno a repetir, quando me não quiseres mais, fala, Carlito.
– Então podes ficar certa, que nunca te hei de dizer nada.
– Sim?... por quê?
– Porque nunca hei de deixar de te querer.
– Isso é de boca... teu coração diz o contrário... bem estou vendo... não será necessário que me digas nada... mas quero ver ainda mais, e depois...
– E depois o quê, Jupira?
– Estás vendo esta faca? disse a cabocla tirando do seio e desembainhando a lâmina luzente e afiada de sua pequena faca.
– Jupira!...
– Não estás vendo? – continuou Jupira com um tom de glacial indiferença, que fez estremecer o rapaz. – Acho que a folha desta faca é bastante comprida para chegar-me ao coração, e ao teu também, Carlito.
Carlito, que estava sentado ao pé dela, pôs-se em pé de um salto.
– O que é isso? exclamou aterrado: o que dizes, menina?...
– Não te assustes, meu Carlito, – disse a cabocla