com um sorriso de inexplicável expressão e tornando a meter no seio a faca. – Cuidas já que quero matar-te?... não sou tão má como isso... Tu é que queres matar-me com tuas ingratidões.
– Mas quantas vezes queres que eu jure que nunca, nunca te deixarei?...
– Tens razão... perdoa-me... eu sou uma doida. Vem Carlito; vem sentar-te outra vez ao pé de mim...
O beijo da reconciliação soou entre suspiros. Os dois amantes enlaçaram nos braços um do outro, e alguns momentos depois se retiraram, por lados diversos, Jupira melancólica e abatida, Carlito aterrado e apreensivo.
Jupira ainda não conhecia toda a extensão do seu infortúnio, não sabia a que ponto chegava a ingratidão e aleivosia de seu volúvel e leviano amante. Carlito tinha travado um novo conhecimento, que o ia fazendo esquecer sua encantadora prima. Uma formosa menina loura e branca como uma açucena, filha de uma pobre mulher que vivia de lavar a roupa do seminário, tinha-lhe cativado... não o coração porque esse era leve e livre como o vento; tinha-lhe cativado os olhos. Rosália era uma criança de treze para catorze anos, uma flor quase em botão. Carlito tornou-se seu assíduo adorador, e com tal habilidade soube se haver, que em breve tempo tinha