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nada! quer tomar-me à sua conta!... está enganada; – nem tão bobo sou eu, que me deixe alinhavar como o cacique, que ela matou... não me mete cucas... porventura ela é minha mulher para me proibir que eu esteja com a coitadinha da Rosália! ao menos ela não anda de faca e nem tem dentes de onça para morder a gente. Hei de ir vê-la, quer Jupira queira, quer não. Se quiser ver, veja; se não quiser, não me ande espiando.

Fazendo estas reflexões Carlito entrava em casa de Rosália muito ancho e senhor de si. Jupira o viu; sem mais demora meteu no seio a sua faquinha prateada, e com os olhos em chama e batendo os dentes como o javardo em furor saiu e correu para a casa de Genoveva. Era esta um pequeno ran­cho, cuja frente constava unicamente de uma sala com uma porta e uma janelinha. Nesta sala sentados em um banco se achavam Carlito e Rosália, enquanto a mãe descuidada lavava roupa na fonte do quintal. Jupira chegou sutilmente e susten­do a respiração para não ser pressentida, avizinhou-se à ja­nela e olhou para dentro. Enlaçados em um delicioso abraço os dois amantes beijavam-se em um beijo sem fim, e tal era o seu enlevo que não deram fé da chegada de Jupira. Esta mal deu com os olhos naquele interessante espetáculo, levou subitamente a mão ao