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e vastas. Mas em compensação a situação delas é quase sempre aprazível e pitoresca, ao pé de algum suave lançante, ouvindo o marulho da torrente, que corre à sombra dos buritizais, e olhando ao longe pelos descampados espigões.

Em frente à casa há sempre um vasto curral ou terreiro, em torno do qual estão o engenho, o moinho, o paiol e mais outros acessórios da fazenda. Por detrás se estende um vasto pomar, um verdadeiro bosque sombrio e perfumoso, onde a laranjeira, o limoeiro, a jabuticabeira, o jambeiro, o genipa­peiro, o mamoeiro, o jaracatiá, as bananeiras e coqueiros de diversas espécies crescem promiscuamente e cruzam suas ra­magens em uma espessa abóbada cheia de fresquidão, de mur­múrios e perfumes. Os cercados são latados de maracujá com seus doces e aromáticos frutos, ou renques de piteiras, eri­çando em torno as longas e agudas hastes como uma floresta de baionetas, do meio das quais se ergue como um estandarte o comprido pendão coroado de brancas flores, O jasmineiro, a cocleária, o bogari, a esponjeira também crescem em torno da casa, pelos cercados, junto às fontes, saturando o ambiente de suavíssimos aromas.

Aqueles céus sempre azuis e límpidos desconhecem os nevoeiros, os invernos, e essas brumas carregadas e úmidas, que costumam