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laço sobre o quadril, estacou, fez finca-pé, e de um safanão fez tombar de costas o mísero animal.

Conhece, boizinho! – bradou Roberto, e correndo para o boi sem dar-lhe tempo de levantar-se agarrou-lhe nas pontas, cravou-as no chão, e sentou-se sobre o boi, que ficou subju­gado e sem poder mexer-se do lugar.

– Está vendo, prima, como se escorna um boi!... Agora vou pealar aquele garrote pintado, que ali está me fazendo fosquinhas. Quer que peale pelas mãos ou pelos pés? hem, prima?... toca esse boizinho, Matias.

O escravo espantou o novilho, que saiu aos corcovos. Roberto boleou o laço e apanhou-o pelas patas dianteiras, dando ao pobre animal um horrível tombo, que o fez revirar pelos ares de cambotas, e estourar no meio do curral de um modo lastimoso.

– Olá, senhor Roberto!... gritou da varanda o velho com voz áspera;

– Que brincadeiras são essas! Vosmecê dessa maneira vai a me dar cabo de quanta rês tenho no curral.

– Não tenha susto, meu tio; queria somente desabusar este novilho; este diabo está muito arisco; precisa levar todos os dias uma boa esfrega; senão tão cedo não serve para o carro.

– Não duvido, meu sobrinho; mas não é quebrando-