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Eduardo achando-se a sós na varanda debruçou-se sobre o parapeito e com a cabeça entre as mãos refletia sobre as ocorrências daquela tarde. A estranha perturbação em que caí­ra Paulina no fim da conversação que com ele tivera, lhe causava a mais dolorosa impressão. Já por vezes lhe despontara no espírito a suspeita de que Paulina havia concebido amor por ele, por maior que fosse o cuidado e o esforço desta em ocultar seus íntimos sentimentos, e esta idéia o afligia sumamente. Foi de alguma sorte de propósito para sondar o coração da menina e atalhar os progressos de uma paixão, a que não podia corresponder, que Eduardo não hesitou em fazer-lhe a relação do amor, que consagrava a outra. Compre­endeu, então, claramente, quanto extremo de paixão abrasava aquela alma cândida e sensível, cuja