paz viera perturbar com seu aparecimento a um tempo providencial e desastrado. Teve infinita pena dela, e arrependeu-se mil vezes das palavras que dissera e da cruel revelação que lhe fez sem calcular as conseqüências. Teria sido menos cruel deixá-la na incerteza, e encarregar ao tempo e à ausência a cura de um mal que ele com suas palavras não fez mais que exacerbar.
Além disso acrescia a consideração de que Roberto o reputava um rival e não podia encará-lo com bons olhos. Somente o velho chefe da casa não tinha para com ele prevenção alguma. Achava-se, pois, Eduardo em posição sumamente melindrosa naquela casa, e sua estada ali por mais tempo não poderia deixar de produzir cenas desagradáveis e funestos resultados. Era-lhe pois forçoso e indispensável deixar o mais breve possível aquela fazenda, e quanto mais pensava e refletia, mais se firmava nessa resolução.
Destas reflexões o veio despertar Roberto, que se aproximando bruscamente, disse-lhe em tom áspero e seco:
– sr. Eduardo, é preciso que sem mais demora o senhor saia desta casa!...
Eduardo olhou para ele espantado.
– O que está dizendo, homem? respondeu-lhe.
– É preciso que o senhor saia quanto antes desta