Por este documento fica rectificado o nome do pai de D. Luiza de Gusmão, que o snr. Benevides diz chamar-se João Manuel Peres de Gusmão.
Os restos mortaes d'aquella mulher illustre, abstrahindo mesmo da sua qualidade de rainha, inspiravam respeito.
A sua vida não fôra uma inutilidade grandiosa. Não. Junto de seu marido, D. Luiza de Gusmão fôra uma conselheira cheia de coragem e de energia, indispensavel para completar o caracter irresoluto e medroso do duque de Bragança. Na regencia do reino, todas as côrtes estrangeiras faziam justiça ao seu animo forte, ao seu espirito esclarecido. Só como mãi fôra infeliz. Viu morrer o primogenito prematuramente, e os outros dois filhos não rodearam de carinhos filiaes os ultimos momentos da rainha, que morreu ao abandono da sua propria familia!
Nas Monstruosidades do tempo e da fortuna e na Catastrophe de Portugal vem transcriptas as cartas em que D. Luiza de Gusmão chamava do seu leito de agonia o rei Affonso VI e o principe D. Pedro para os abençoar.
Sabe-se que a Catastrophe é um livro parcial contra o rei, mas, descontada a paixão politica do author, o principe D. Pedro não se mostra muito superior ao rei em extremos de amor filial.
A historia fornece-nos sobejas provas de que D. Pedro II não sabia respeitar melhor do que seu irmão os vinculos de familia.
O bispo do Porto D. Fernando Corrêa de Lacerda