felicidade: «Surge-me das ondas uma ilha encantada, resplendente dos raios de um sol tropical. O mar era transparente, ceruleo, o ar impregnado de perfumes inebriantes. Collinas basalticas, côr de violeta, relevavam d'entre o arvoredo cuja folhagem, de um verde brilhante, accentuava todas as energias da primavera. A minha alma, extasiada, inundava-se de alegria. Uma celeste pureza dominava o quadro...»

Agora, doze annos corridos na existencia placida de Miramar, a impressão que Maximiliano recebêra na ilha da Madeira fora bem differente. A corôa do Mexico, que não começára ainda a ser de espinhos, era já, comtudo, um fardo pesado. Vindo a terra, o imperador visitara os mortos, entrára no cemiterio do Funchal, e colhêra de uma campa solitaria uma rosa triste, que conservou toda a sua vida, mais como uma reliquia, do que como uma simples recordação.

A 28 de maio de 1864 a Novara avistou a costa do Mexico.

Em Miramar deviam florir áquella hora, em toda a pompa da primavera, os jardins do castello abandonado.

No Mexico uma faxa de areia, arida como um deserto, desenrolava-se ardente, apesar do fluxo refrigerante das ondas.

Á aridez da terra correspondêra a aridez da recepção. A Thémis tinha-se adiantado para annunciar a chegada dos imperadores, mas, apesar dos esforços