portugueza vibrava de alegria e de orgulho na impaciencia dos animos e na avidez dos olhos.

Lá vêm galés Tejo acima!
lá vêm as galés d'el-rei!


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Por vocação ou educação, por qualquer d'estes dois factos que constituem toda a orientação do espirito, el-rei D. Luiz fizera-se marinheiro, passára no oceano os annos desenfadados da vida, impregnára a sua alma d'essa antiga tradição maritima, que fôra o maior florão de gloria da dynastia d'Aviz.

Infante de Portugal, como D. Henrique, tinha o culto da navegação, a religião do mar. No convez do Pedro Nunes ou da Bartholomeu Dias, recordaria por noites de luar, ao som das aguas, toda a nossa epopêa maritima, de que esses dois nomes, o do inventor do nonio e o do descobridor do Cabo, eram como duas estrophes gravadas nos marmores eternos da Historia. Rei, constrangido a viver em terra como um marinheiro aposentado, dessedentava saudades contemplando o Tejo do seu miradouro da Ajuda ou o Atlantico do alto da bateria de Cascaes.

E fôra Cascaes, uma pequena villa de marinheiros, Cascaes, a patria do aventuroso piloto Affonso Sanches, que recebêra o extremo alento d'esse bom rei que tanto vivêra profissional e espiritualmente da