«Lima Barreto já é um escriptor consagrado.
Dentre as qualidades do auctor da Vida e Morte de Gonzaga de Sá, destacam-se: o poder de observação e a naturalidade do estylo.
Os seus typos são perfeitos exemplares de humanidade e realidade, nada tendo de artíficiaes e convencionaes; suas paisagens, marinhas e quadros exprimem uma visão cosmica verdadeira.
O estylo da Vida e Morte de Gonzaga de Sá merece a qualidade de quasi tem rhetorica, dada por Albalat aos estylos sobrios e athenienses de Renan e Anatole France».
«De Lima Barreto não é exagero dizer que lançou entre nós uma fórmula nova de romance. O romance de critica social sem doutrinarismo dogmatico. Conjuga equilibradamente duas cousas: o desenho dos typos e a pintura do scenario. E’ um revoltado, mas um revoltado em periodo manso de revolta. Em vez de colera, ironia; em vez de diatribe, essa nonchalance filosofante de quem vê a vida sentado n’um café, amollentado por um dia de calor...
«Vida de M. Gonzaga de Sá, romance de admiravel humour, de fina graça, na especie das novellas o livro de maior consideração e de mais alto merecimento na bibliographia deste anno (1919).
Varios romances temos lido actualmente e em nenhum delles, alguns excellentes, achamos o deleitoso frescor, a limpida fragrancia de simplicidade e profundeza deste livro.
Lima Barreto é certamente um dos espiritos mais notaveis da nova geração de escriptores.
Arte, cultura, graça e amena simplicidade de estylo casam-se aos dons de harmonia architectonica das suas obras.»
«Humorista, caricaturista, com uma visão dolorosa dos males e ridiculos sociaes, temperada pelo pudor de soffrer, Lima Barreto procura esquecer o quotidiano — vinum laetificat cor hominis. Creou typos impereciveis e perpetuou os nossos meios urbanos de mais caracter: a imprensa, a politica, a repartição —, fixando