era o proprio nome do Diogo Villares, era a mesma lettra do tio. E não era o unico dos familiares; folheou o manuscripto e deu com o Elias:

«ELIAS XAVIER.—Este Elias é um espirito subalterno, destinado a servir alguem, e a servir com desvanecimento, como os cocheiros de casa elegante. Vulgarmente trata as minhas visitas intimas com alguma arrogancia e desdem: politica de lacaio ambicioso. Desde as primeiras semanas, comprehendi que elle queria fazer-se meu privado; e não menos comprehendi que, no dia que realmente o fosse, punha os outros no meio da rua. Ha occasiões em que me chama a um vão da janella para fallar-me secretamente do sol e da chuva. O fim claro é incutir nos outros a suspeita de que ha entre nós cousas particulares, e alcança isso mesmo, porque todos lhe rasgam muitas cortezias. É intelligente, risonho e fino. Conversa muito bem. Não conheço comprehensão mais rapida. Não é poltrão nem maldizente. Só falla mal de alguem, por interesse; faltando-lhe interesse, cala-se; e a maledicencia legitima é gratuita. Dedicado e insinuante. Não tem idéas, é verdade; mas ha esta grande differença entre elle e o Diogo Villares:—o Diogo repete prompta e boçalmente as que ouve, ao passo que o Elias sabe f