Já sei: a mestra quis ralhar contigo,
E foi bem feito, colibri travesso!
Fiquei alegre com o teu castigo;
Por que não me dás beijos quando os peço?
Ouço chamar pelo meu nome... É Santa,
Um diabrete muito engraçadinho...
- Soube a lição? - Não me responde, canta...
- Graça inocente, voa para o ninho!
Puxando a trança de Lucília, passa
Celeste, a loura; correm como doidas...
Por que é que tarda a pequenina Garça,
A mais mimosa e mais gentil de todas!
Ei-la! É um anjo a divagar na terra,
Um beija-flor que prendem na gaiola...
Quanta candura o seu sorriso encerra,
Quanta inocência d’esse olhar se evola!
Como eu a amo e que tristeza infinda,
Sinto nos dias em que não a vejo...
Ah! como adoro essa mãozinha linda,
Tão pequenina que parece um beijo!
E eu digo ao ver das criancinhas mansas
O bando alegre e luminoso e forte:
Vós sois no mundo claras esperanças,
Rosas da vida, embalsamando a morte!