MEU PAI


A’ minha tia Maria Concordia de Souza.



Veste de luto a minha pobre lyra
E canta a endeixa da saudade eterna;
Toda minh’alma, tremula, suspira
Cuidando ouvir a doce voz paterna.

Meu velho Pai! Ligeiro como um’ave
Cruzando os Céos á hora do sol posto,
Eu vi passar o teu perfil suave
Mas nem ao menos pude olhar teu rosto!

Então voltei-me para o grande Espaço
E perguntei a minha avó, sorrindo:
« Assim, ás pressas, sem levar-me ao braço,
Porque vae elle para o Azul fugindo!