AO CAHIR DA NOITE


A Maria Emilia Loureiro



Não sei que paz immensa
Envolve a Natureza,
N’ess’hora de tristeza,
De dor e de pezar.
Minh’alma, rindo, pensa
Que a sombra é um grande véo
Que a Virgem traz do Céo
N’um raio de luar.

Eu junto as mãos, serena,
A murmurar contricta,
A saudação bemdita
Do Anjo do Senhor;
Emquanto a lua plena
No Azul, formosa e casta,
Um longo manto arrasta
De lurido esplendor.