E Deus há de baixar
Sobre estas duas mãos que o padre estreita,
A bênção mais perfeita,
O seu mais doce e mais divino olhar.

Feliz, muito feliz,
A tua vida correrá de manso
No plácido remanso
De quem adora o Céu e o Céu bem-diz.

Depois, do Paraíso,
Jesus há de enviar-te uma filhinha,
Formosa criancinha
Que embalarás cantando n’um sorriso.

E ela há de ser bonita
E boa como tu, anjo terrestre,
Ó linda flor silvestre,
Minha singela e casta margarida!

E após anos e anos,
Quando ela ficar moça e no teu rosto
A sombra do sol posto
For desdobrando o manto dos enganos.

N’um dia de verão,
Sentado à porta, à hora do descanso,
Sorrindo, bem de manso,
Há de dizer, pegando-te na mão.