de um globo despolido; luz fosca, branda, sem intermitências no brilho, sem cintilações, e difundida igualmente por toda a atmosfera.
Haviam j á os galos cantado uma vez, e, ao longe, muito ao longe, de vez em quando, se ouvia o clamor das anhumapocas.
Levantou-se de repente Cirino.
Depois de alguma vacilação, deu uma volta por toda a habitação, pulando os cercados, e tomou o ramo do frondoso laranjal, a cuja espessa sombra se abrigou por algum tempo.
Achegou-se, em seguida, à cerca dos fundos da casa e parou no meio do pátio, olhando com assombro para uma janela aberta.
Um vulto ali estava!... Era o dela; Inocência.. Não havia duvidar.
A principio, nenhum movimento fez; mas, depois, lentamente se foi retirando e aos poucos fechou o postigo.
Cirino deu um só pulo e de leve, muito de leve, bateu apressadas pancadas na tábua da janela.
—Inocência!... Inocência!... chamou com voz sumida, mas ardente e cheia de súplica.
Ninguém lhe respondeu.
—Inocência, implorou o moço, olhe... abra e tenha pena de mim... Eu morro por sua causa...
Depois de breve tempo, que para Cirino pareceu um século, descerrou-se a medo a janela, e apareceu a moça toda assustada, sem saber por que razão ali estava nem explicar tudo aquilo.
Parecia-lhe um sonho.
Quis, entretanto, dar qualquer desculpa à situação