o sol, e a brisa da tarde já vinha soprando do lado do poente, viva, perfumosa.

—Nós, observou o mineiro, com a nossa conversa deixamos os nossos animais vir cochilando. Também já está aqui a minha estradinha. Meta-se nela, Sr. Cirino; em frente ia parar no Leal: minha fazendola começa

neste ponto à beira do caminho e vai por aí afora ate bem longe, um mundo de alqueires de terra que nem tem conta.

Ao dizer estas palavras, tomou ele a dianteira e dando a direita à estrada geral, enveredou por uma aberta larga e muito sombreado que levava com voltas e tortuosidades à margem rasa de copioso e límpido ribeirão, de álveo areento, todo ele. Que sítio risonho, encantador, esse, ensombrado por majestosa e elegante ingazeira, toda pontuada das mimosas e balsâmicas florezinhas!

Os animais, ao perceberem o bater da água, apertaram o passo e, entrando na fresca corrente quase até aos peitos, estiraram o pescoço e puseram-se a beber ruidosamente, avançando aos poucos de encontro ao fio caudal, para buscarem o que houvesse mais puro em linfa.

—Não deixe a sua besta se empanzinar observou Pereira. Upa! continuou ele puxando pela rédea do cavalo e batendo-lhe amigavelmente na pá do pescoço, upa, Canivete! Vamos matar a fome no milho!

Transposto o ribeirão, alargava-se a vereda e, depois de cortar copada mata, abria-se numa verdadeira estrada, que os dois cavaleiros tomaram a meio galope.

Transmontava afinal o sol, quando, além de ralo matagal, surgiu a ponta de um mastro de São João, que o mineiro saudou com mostras de grande alegria, como sinal precursor da querida vivenda.