se chama? perguntou Pereira, voltando-se para o alemão que estava virado para a parede a contemplar um desses grandes e sombrios lepidópteros, da espécie dos esfinges.
—Juque, disse ele sem lhe importar a interpelação e acenando para o camarada, depressa... um alfinete, dos grandes... dos maiores: . .
—Temos história, avisou José, fazendo expressivo sinal a Cirino, o sr. vai ver...
O naturalista, de posse de um comprido acúleo, fincou-o com segura e adestrada mão bem no meio do inseto, o qual começou a bater convulsamente as asas e girar em torno do centro a que estava preso.
—A pita! A pita! exclamou o patrão. Vamos, Juque,
Satisfez José o pedido, depois de abrir uma malinha, onde ia estavam enfileirados e espetados vinte ou trinta bonitos bichinhos.
— É uma satúrnia .. e não comum, murmurou o alemão fisgando num pedaço de pita o novo espécime, sobre o qual derramou algumas gotas de clorofórmio, de um vidrinho que sacou dum dos muitos bolsos da sobrecasaca.
—O sr. é viajante zoologista, não é? perguntou Cirino, depois que viu terminada a operação.
O interrogado levantou a cabeça com surpresa e respondeu todo risonho:
— Sim, senhor; sim, senhor! Como é que o sr. o soube? Viajante naturalista, sim senhor! Eu vejo que o sr. e muito instruído... Muito bem, muito bem! Muita instrução!
E, abrindo uma carteira de notas, escreveu logo umas linhas tortuosas.