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contra a opinião de diversos escriptores e até de alguns seus consocios[1].

El-rei D. João V dispensou-lhe grande favor e o nomeou fidalgo capellão da casa real, por alvará de 16 de janeiro de 1722. O mesmo monarcha o encarregou de missões diplomaticas na côrte de Roma, conforme affirmam os srs. Innocencio da Silva e Ferdinand Denis, com quanto na Bibliotheca Lusitana não vejamos mencionada similhante circumstancia.

Em setembro de 1724, para escapar ás perseguições do Santo Officio, fugiu precipitadamente de Lisboa em companhia de seu irmão fr. João Alvares de Santa Maria, da ordem dos carmelitas. Passou a Hespanha, e, sobrevindo-lhe uma febre maligna, se recolheu ao hospital de Toledo, onde falleceu a 18 de novembro de 1724, e foi sepultado na egreja parochial de S. Romão d'aquella cidade[2].

  1. «Collecçam dos documentos Estatutos e Memorias da Academia Real de Historia Portugueza»—-tom. 1.° 2.° e 3.° Lisboa 1721, 1722 e 1723.
  2. O conhecimento d'estas ultimas noticias, relativas á fuga e morte de Bartholomeu Lourenço de Gusmão, deve-se a Francisco Freire de Carvalho, que no tom. 1.° das «Actas das sessões da Academia real das sciencias» deu publicidade ao documento d'onde se extrahiram. Vej. a nota final d'este opusculo.